Começar um novo projeto nem sempre é fácil, né? A matriz CSD surgiu para clarear as dúvidas do time antes de iniciar uma nova ação. É um método relativamente simples de executar para tirar as dúvidas do time e colocar todos na mesma página.
Ela trabalha com o conceito de certezas, suposições e dúvidas para organizar as informações. Depois essas informações são discutidas e dão origem às soluções.
Ela é usada por diversas equipes de design e de experiência do usuário (UX) de todo o país. Mas também pode ser útil em outros contextos, como a validação da criação de um infoproduto.
Neste texto, você aprenderá o que é e como executar. Boa leitura!
O que é a matriz CSD?
Em síntese, trata-se de um exercício para reunir e organizar todas as informações relevantes sobre determinado assunto, projeto ou problema a ser solucionado.
As informações são organizadas em três categorias, que dão nome ao método:
- Certezas: tudo o que você e sua equipe já sabem.
- Suposições: tudo o que você e sua equipe acham que sabem.
- Dúvidas: tudo o que você e sua equipe não sabem, mas gostariam ou precisam saber.
Depois de levantar todos os pontos, a equipe discute cada um deles e sai da reunião com maior clareza sobre o que precisa ser feito.
Este método tem a vantagem de ser dinâmico e fácil de executar. É simples de explicar, permite bastante interação entre as equipes e é muito visual, o que ajuda a assimilar as ideias que estão na mesa.
Agora, uma curiosidade: é uma metodologia 100% nacional! Ela foi criada por uma consultoria de design, a Livework. Ela acabou ganhando o Brasil e hoje é usada por equipes de todo o país.
Quando usar a matriz CSD?
Geralmente matriz CSD é feita sempre no começo de um projeto. No entanto, pode ser realizada sempre que houver necessidade de validar informações.
Veja alguns exemplos:
- Logo depois do briefing, para alinhar as ideias da equipe;
- Antes da primeira entrega para o cliente, para alinhar expectativas;
- Após a formação de uma nova equipe de trabalho, para eliminar a situação de alguém saber mais do que o outro;
- Quando há necessidade de compartilhar conhecimento sobre algum projeto entre membros do time;
- Durante as etapas de pesquisa e preparação para as primeiras entregas;
Em alguns casos, também pode ser relevante aplicar a matriz CSD novamente depois de algum tempo.
Isso porque depois de o time colocar a mão na massa, algumas dúvidas podem virar certezas; certezas virarem suposições e assim por diante.
Ela pode ser repetida novamente ao final, como ferramenta complementar para avaliar o que deu certo e quais foram as dificuldades.
A matriz CSD faz parte do cotidiano de equipes de design e experiência de usuário (UX), mas nada impede que outros profissionais também usem.
Inclusive, é interessante ter uma equipe multidisciplinar, caso isso faça sentido para o projeto em questão. A diversidade de experiências e pontos de vista enriquece a discussão.
Estes são alguns exemplos práticos, dentro e fora de equipes de design e UX:
- Lançamento de um curso online, e-book ou mentoria;
- Definições de estratégias de mídia paga e orgânica dentro de um time de marketing;
- Kickoff e planejamento do projeto de uma nova conta em uma agência de publicidade;
- Planejamento de uma ação com influenciadores dentro de uma equipe interna de marketing;
- Repaginação do layout de um aplicativo;
- Brainstorming para otimização de landing pages para conversão;
- Identificação das dores do público-alvo e de que maneira os produtos atuais as atendem.
Como criar uma matriz CSD?
Os passos básicos de execução são os seguintes:
- Crie espaços separados para certezas, suposições e dúvidas.
- Reúna a equipe e acrescente as ideias nos espaços correspondentes.
- Avaliem as respostas e organizem os raciocínios.
- Discutam os resultados em conjunto.
Você pode usar várias ferramentas para organizar a dinâmica. Os mais comuns são Venngage, Miro, Trello e Google Sheets, mas você pode usar post-its, quadro banco ou o que mais quiser!
O importante é deixar as certezas, suposições e dúvidas separadas e bem visíveis. Este é um layout básico:
Agora, algumas dicas práticas para organizar as suas reuniões:
- Não existe limite para a quantidade de ideias – nesse sentido é parecido com as técnicas de brainstorming e design thinking, em que a ideia é não haver censura na hora de incluir as ideias.
- Se tiver divergência de ideias entre membros da equipe, anotem tudo. Depois discutam até chegar em um consenso.
- Mais do que anotar as certezas, suposições e dúvidas, a dinâmica precisa ser um momento de reflexão e de encontrar respostas e soluções. Por isso, o debate é essencial!
- Pela mesma razão, o ideal é que se reúnam presencialmente ou por videochamada. Os participantes até podem preencher a matriz CSD de forma assíncrona, mas é importante ter um momento de troca de ideias.
- Até pode ter alguém coordenando a discussão, mas é importante que todos os participantes tenham autonomia para acrescentar e debater ideias.
- Evite longas discussões na hora de classificar as ideias entre C, S ou D. Isso pode quebrar o fluxo de ideias. Deixe para discutir tudo depois de preencher o quadro.
- Atualizem o quadro com soluções para os problemas. Se você usar alguma ferramenta como o Miro ou Google Sheets, pode adicionar comentários para incluir links para referências ou materiais de apoio.
- Não exclua ninguém. Integrantes novos de uma equipe podem ficar com receio de opinar, então incentive sua participação. Será importante para que eles aprendam sobre o projeto, além de que seu ponto de vista será único.
- Atualize periodicamente a matriz CSD. As percepções mudam ao longo do tempo, então você terá sempre novas ideias, dúvidas e suposições. Não há uma regra definida para quando fazer novas reuniões, mas considere fazer sempre que houver avanços significativos ou mudanças nos resultados. Isso é muito comum em páginas de captura.
Como você viu, a matriz CSD é simples, mas não necessariamente fácil de executar. Ela requer engajamento e atualização constantes por parte da equipe. Esperamos que as dicas te ajudem a colocar em prática de forma eficiente!